RÉGUA, ESQUADRO E TRANSFERIDOR

Todo movimento feito da esquerda para a direita causa nos canhotos confusão e dificuldade para se adaptar ao movimento.

Ainda na escola, quando se aprende a usar esquadro e transferidor, nós canhotos temos duas missões:  aprender a segurar o transferidor com a mão esquerda enquanto risca com a mão direita e aprender a desenhar ângulos.

Eu nunca tive uma relação bacana com esses instrumentos.   Ao fazer o traçado quase sempre o esquadro saía da posição e eu tinha que refazer tudo ou depois de reposicioná-lo de volta na posição correta, continuar o traço.   Eu hoje acredito  que foi por isso que não levei à frente minha idéia de ser arquiteta... É claro que com o tempo, um canhoto se vê obrigado a trabalhar como destro, mas o tempo que se leva para fazer um projeto é superior a de um destro, por mais que ele se esforce.

Você consegue imaginar uma pessoa canhota usando uma régua desse tipo?  Sei que alguns vão pensar, é só colocar a régua do outro lado... Não é!  Os números ficaram ao contrário e do lado oposto, voltado para baixo.  Pensa que é fácil?

Isso talvez justifique também o fato de eu nunca ter gostado de matérias voltadas para o desenho geométrico:  artes, arquitetura, mecânica e tantas outras.  Se o traço fosse feito com tinta, era borrão na certa.   Um verdadeiro desastre!   Marcar pontos simétricos?  Uma loucura!

Ninguém pensou em fazer réguas e esquadros para arquitetos e desenhistas canhotos.  Talvez ninguém tenha parado para observar como trabalha um arquiteto canhoto.  Existem réguas escolares para canhotos, mas de que adianta aprender a usar a régua como canhoto se quando chegar na vida adulta terá que reaprender a fazer tudo novamente?

Posicionamento de mãos destras